Tem Mas Acabou – 1996

Sobre o disco - John: eu acho que esse disco não é nem mais ou menos... No sentido da fórmula, a gente tá exatamente a mesma coisa. Essa coisa que a Fernanda quis dizer de vencer pela estranheza era não escolher, como música de trabalho, a música pop, dentro do nosso repertório. Porque a gente tem todas essas facetas: tem pop, tem música esquisita, tem não sei que e tal.
Pra fazer música pop, eu acho que a gente faz bem, mas tem um monte de bandas que faz. Pra fazer música mais bagunçada, eu acho que a gente... É a nossa especialidade, é o tchan. É casual... A gente não mede as músicas que vai colocar num disco pelo tanto que elas são experimentais ou não. A gente gosta dos arranjos ou não.
Agora, esse disco, ele tem uma coisa de mais experimental nele, esse Tem Mas Acabou, que não é talvez tão perceptível para o público comum: a sonoridade dele é muito mais experimental do que nos outros dois. A maneira como ele foi gravado é completamente não-convencional, não-standard. Muitas vezes é um negócio que não passa para o público, mas pra quem tá fazendo, a gravação dele foi extremamente ousada, e a maneira como foi registrado o som, os timbres das músicas... A gente conseguiu fazer com que as partes das músicas onde tem aquelas mudanças soassem diferentes acusticamente, que é muito mais difícil de se fazer do que se fazer no eletrônico. No eletrônico, você aperta um botãozinho e os timbres mudam; no acústico você tem que mudar os microfones de lugar, fazer um monte de coisas assim.

Sobre o nome do álbum – Fernanda: Protesto que a gente fez, assim bem humorado, porque os nossos discos estavam sempre em falta [Ref: TV Queijo Elétrico].

André Abujamra: Bom, com o Pato Fu eu fiz um disco. Foi assim: eu estava lançando o Karnak e a Fernandinha comprou o Karnak e falou “Esse cara tem que produzir a gente!”. Aí, eu produzi o Tom Zé e o Pato Fu simultaneamente. Tom Zé em São Paulo e Pato Fu em Minas Gerais.

Foi antes do boom. Com o Dudu Marote [n.e. Produtor musical que já trabalhou com Skank, Jota Quest, Pato Fu, Mauricio Manieri, Daniela Mercury e Adriana Calcanhotto. É dono do selo Muquifo Records, especializado em música eletrônica] eles venderam 300 milhões. Comigo, venderam um disco. [risos] O disco que produzi foi o ‘Tem mas acabou’. Ninguém comprou. Cheguei para os meninos e falei “O que vocês querem?”. “Eu quero que você enlouqueça! Faça uma coisa muito louca!”. Eu fiz um disco muito louco. A gravadora nem olhou para o disco. A gravadora fez assim, ó… É um puta disco legal, bem louco. E eu descobri que o meu negócio não é produção. Prefiro fazer um clipe como o do Charlie Brown… [n.e. “Hoje eu acordei feliz”, que concorreu ao Video Music Brasil, da MTV, em 2002]. [Ref: Medium]

México: O terceiro disco do Pato Fu, Tem Mas Acabou conquistou o México, lançado pelo selo Culebra da BMG, e eles participaram também de uma coletânea de diversas bandas brasileiras lançada no Japão.

Participações Especiais: Karnak e Tangos e Tragédias.

MTV na Estrada

VMB MTV 1996 com Abu