Rotomusic de Liquidificapum – 1992

Fita Demo – Fernanda: Nossa fita fedia demais, mas tínhamos de fazê-la se destacar na pilha das gravadoras. (Colocava-se um pedaço de queijo junto com a fita). [Ref: Terra]

John: Pato Fu Demo: Apesar do trocadilho infame - que só percebemos depois de feito - essa fitinha gravada no quarto de ensaio da casa de meus pais nos levou longe. Enviávamos com um pedaço de queijo Minas bem chulezento no pacote. A idéia era que o acompanhamento chamasse a atenção entre as milhares de fitas k7 que circulavam entre redações e gravadoras na época, 1992. Acho que deu certo pois começamos a receber uma correspondência muito entusiasmada. E um monte de resenhas - quase todas positivas - em diversos jornais, revistas e fanzines. Mesmo quem não gostava do som, ao menos gostava do queijo!

Ouça a Fu Demo completa: aqui.

Sobre o disco – John: Eu acho que o Rotomusic era só mais pesado e hoje em dia ser pesado não significa que você não é pop, porque o que tá fazendo sucesso ai? Metallica é mainstream, Sepultura é mainstream também.
O Rotomusic, eu acho que ele é mais pesado, principalmente porque a gente tava dentro da Cogumelo, que é uma gravadora de metal.

Sobre a Cogumelo – John: O cast da Cogumelo era bem variado… o que refletia mais ou menos a cabeça do dono da gravadora. Naquela época tinha também o De Falla, com o Kingzobullshit, que é um disco fenomenal… e naquele ano nós fomos o EP. Foi bem legal, porque com seis meses de estrada com o Pato Fu a gente conseguiu lançar o disco com uma gravadora independente. O custo dele foi de quinhentos dólares. Só que a gente tinha seis meses de Pato Fu, e eu, por exemplo já tinha dez anos de estrada. Com o Sexo Explícito, o Último Número, com várias outras bandas [Ref: AlterNETive].

John: Com o disco com a Cogumelo, a gente considerou aquele disco – além de um disco de carreira – uma espécie de carta de visitas. Pra gente se apresentar pra outras gravadoras porque realmente o mercado independente aqui no Brasil é legal pruma banda se lançar, mas, putz, não dá camisa mesmo. Pra você seguir uma carreira, abandonar seu outro emprego, é difícil [Ref: AlterNETive].

Produção de Haroldo Ferretti (Skank) – Fernanda: O Haroldo é o Ferretti sim, baterista do Skank. Ele tem um estúdio aqui em BH, junto com um irmão. Em 93 gravamos com ele, durante umas madrugadas entre as viagens do Skank e nossos ensaios. Foi até meio demorado porque naquela época, eles estavam começando a ser conhecidos em todo o Brasil, daí tínhamos que esperar ele chegar de gravações de TV, shows etc.

John: Fiz esse disco no estúdio do Haroldo Ferretti (baterista do Skank). Lá havia um técnico e o próprio Haroldo também tinha a manha, então foi produção minha e dele [Ref: UAI]